Veneza, Italia

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31 outubro 2015

Veneza, situada na Itália, é a cidade dos canais e das gôndolas que dispensa apresentações, e, sem dúvidas, oferece uma experiência diferente de qualquer outra que você já teve na sua vida. Veneza é um lugar único. São 177 canais que cortam a cidade, 400 pontes e 118 ilhas que fazem de Veneza um lugar extremamente romântico e muito especial.

Apesar disso, eu conheço algumas pessoas que que acham Veneza suja, caótica, supervalorizada e lotada de turistas. Por isso, você precisa conhece-la para formar a sua própria opinião. Eu amei!1 passeio Gondola-0

Vejam algumas dicas de lugares bem legais para voce conhecer em Veneza.

Para entrar na Ilha de Veneza, você irá precisar atravessar o Canal Grande.  É ele a grande avenida de Veneza que a divide em duas partes.

Um passeio que você tem que fazer logo que chega é pegar um vaporetto (o transporte público de Veneza) e dar uma volta por Veneza. Esse passeio é com se fosse aquele “red bus” ou “double deck”.  Esta é a melhor maneira para voce conhecer como é a Veneza e onde ficam seus principais pontos para então conhecer a pé. De um lado e de outro, você verá alguns dos mais lindos palácios do mundo, construídos por ricos comerciantes e nobres na idade de ouro veneziana. Incrível!!!

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Evite a hora do rush (quando os venezianos estão indo ou voltando do trabalho), instale-se na popa e viva essa aventura. Tenha sua câmera à mão e filmes ou cartões de memória de reserva, pois dá vontade de fotografar tudo.

A primeira estrutura a ser feita para pedestres atravessarem o Grande Canal é a Ponte Rialto, criada em 1181. De lá para cá, a ponte já sofreu alguns acidentes, pois elas eram feitas de madeira, como por exemplo o excesso de peso durante um desfile causando seu desabamento.

A atual Rialto é uma ponte parcialmente coberta, reconstruída em 1588. Ela foi estrategicamente construída perto do Mercado Rialto, que nas manhãs de segunda a sábado, oferece incríveis queijos, suculentos peixes e outros produtos frescos. Perfeito para se fazer compras despretensiosamente e conhecer um pouco da vida local.

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Outra ponte muito conhecida é a Ponte dos Suspiros que liga o Palazzo Ducale ao prédio onde funcionava a antiga prisão de Veneza. Por mais que seja uma ponte linda e que conquista turistas do mundo inteiro, a sua história é meio trágica.

Segundo a lenda, era lá que os prisioneiros davam seu ultimo suspiro vendo através de pequenos buracos o mundo pela última vez. Uma famosa exceção foi Casanova, que escapou de maneira rocambolesca e ainda deixou um livro explicando sua fuga.

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Essa é a vista que os condenados tinham de Veneza ao passar pela Ponte dos Suspiros.
 Muitas vezes a última!

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A Piazza de San Marco ou Praça de São Marcos é considerada como o coração de Veneza. Além de milhares de turistas, muitos pombos, bares e mesas dividem o mesmo espaço.  A praça tem mais de um milênio de história – foi construída no século 9, mas nessa época era bem menor. O formato atual nasceu em 1177, feito que só foi possível com o aterramento de canais que passavam por ali. Desde então, pouca coisa mudou.

Por ser um dos pontos mais baixos da cidade, quando as águas sobem, é um dos primeiros lugares a ficarem inundados.

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No entorno dela estão algumas das principais atrações, tais como: a Basílica di San Marco, o Palazzo Ducale, o Museo Correr, o Campanário e a Torre dell’Orologio.

O mais importante na Piazza de San Marco é a Basílica de San Marco.  O prédio atual tem cerca de 900 anos e foi inspirado em duas igrejas da antiga Constantinopla, atual Istambul. Um dos melhores exemplos da arquitetura bizantina. A basílica é a sede da arquidiocese católica romana de Veneza desde 1807.

Um dos destaques da Basílica é uma prova concreta de que furtar é errado, mas pode ser perdoado se for feito em nome da fé ou da arte. Exemplo disso é a historia das quatro estátuas de Cavalos de São Marcos, atribuídas ao escultor Lísipo, feita 400 anos antes de Cristo. Séculos depois da morte de Lísipo, os cavalos passaram a decorar o topo do Arco de Trajano, em Roma. Até que Roma perdeu poder e os cavalos foram parar em Constantinopla, onde eles decoravam o Hipódromo da cidade. Mas Constantinopla também caiu e os cavalos viajaram de novo, dessa vez para Veneza, que tinha se tornado uma cidade importante. Depois de passarem 600 anos no topo da Basílica de São Marcos, os cavalos foram novamente roubados, quer dizer, adquiridos pelo vencedor, dessa vez Napoleão, que colocou as estátuas no Arco do Triunfo do Carrossel, em Paris. Com a queda de Napoleão, os cavalos voltaram para casa. Hoje eles estão expostos no museu da Basílica, enquanto réplicas foram colocadas no topo do edifício. A troca foi feita para proteger as estátuas da poluição atmosférica.

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Perto da Basílica fica o Campanário, a torre de 98 metros que tem exatamente esse formato há 500 anos. A versão atual é uma reconstrução idêntica, concluída em 1912, depois que a torre anterior caiu.  Este é o ponto mais alto da cidade e oferece uma vista panorâmica em 360 graus, de Veneza. Imperdível!

Foi do alto do antigo Campanário que Galileu Galilei apresentou seu telescópio ao doge (o governante) de Veneza.

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Outra atração da Praça de São Marcos é o Palazzo Ducale que fica em frente ao Campanário. Foi a antiga moradia do Doge de Veneza (como eram conhecidos os governantes de Veneza), que foi construída entre os séculos 14 e 15. Desde 1923 o antigo Palácio funciona como um museu, onde é possível aprender bastante da história de Veneza.

Uma ideia interessante é fazer o tour secreto pelo Palácio que garante a entrada sem a necessidade de enfrentar fila e ainda dá acesso a partes do Palácio que o visitante normal não conhece.

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Também na Praça de São Marco fica a Torre dell’Orologio (Torre do Relógio), um edifício com um relógio no alto que, além das horas, mostra as fases da lua, o movimentos do sol e os signos do zodíaco há mais de 500 anos.  Acima, vemos o leão alado de São Marcos, símbolo tradicional de São Marcos, e no topo, 2 estátuas tocam o sino de hora em hora.

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Saindo um pouco da Piazza de San Marco, tem a Igreja Santa Maria della Salute que foi construída depois que uma epidemia de peste negra matou ⅓ da população da cidade, inclusive o doge.  Durante a crise, o Arcebispo de Veneza fez uma promessa de construir uma igreja e dedicá-la à Virgem Santíssima caso a praga acabasse.  E assim foi feito.  Uma construção que mistura elementos clássicos e barrocos, começou em 1631 e ficou pronta só em 1681.

No seu interior estão uma das obras mais famosas de Tintoretto, As Bodas de Caná, e pinturas do não menos famoso Tiziano.

Diz a lenda que esta igreja está posicionada em um pedaço de terra sustentado por 1 milhão de estacas!  Será?

No dia 21 de novembro de cada ano, ocorre a Festa della Salute, quando uma ponte flutuante liga San Marco à igreja, do outro lado do Canal Grande.

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Além de todas estas construções histórica, estao as galerias de Arte conhecidas mundialmente.  Uma delas é  a Galleria dell’Academia, onde estão expostos trabalhos de importantes artistas renascentistas, incluindo os irmãos Bellini.  Ela contém a maior coleção de arte veneziana dos séculos XIV ao XVIII abrangendo desde obras realizadas na Idade Média até o período barroco.

Quem gosta de arte não pode deixar de visitar este museu, um dos principais do país. Nelas estão expostas pinturas de grandes mestres, como Giovanni, Gentile e Giacomo Bellini, Andrea Mantegna, Paolo Veronese (inclusive a monumental Festa na Casa de Levi), Giorgione (como a enigmática A tempestade, repleta de simbolismos), Tintoretto (dentre as quais uma de suas obras-primas, São Marcos libertando um escravo), Piero della Francesca, Carpaccio, Giorgio Vasari, Tiziano e Tiepolo. Mas o ponto mais alto da visita é, sem dúvida, o fabuloso Davi de Michelangelo.

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Outra galeria de arte, essa para quem gosta de obras modernas, é a Galeria Peggy Guggenheim.  O museu está instalado em um palácio que serviu como residência de Peggy por 30 anos. Peggy Guggenheim nasceu em Nova York em 1898 em uma próspera família com apurado gosto pelas artes plásticas. Desde a juventude, interessou-se pelos movimentos que marcaram a primeira metade do século XX. Passou a frequentar, em Paris e Londres, os mais vanguardistas círculos de artistas da época, e a compor uma notável coleção de obras expressionistas, cubistas, abstracionistas e surrealistas.

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Mas o passeio que mais me marcou foi o passeio de Gondola.   Ir a Veneza e não andar de gôndola é como ir a Roma e não ver o Papa. Este é um programa um pouco caro mas vale cada centavo.  Há vários tipos de passeios, desde o mais longo pelo Gran Canal até uma pequena volta. É com certeza uma experiência que voce jamais esquecerá. O gondoleiro, que além de ser o ‘piloto’ dessas canoas é tambem um guia turístico. Durante o passeio o gondoleiro irá lhe contar trechos da história de Veneza, a origem das construções e quem habitava os palácios venezianos.  Muitos até se arriscam a cantar para tornar o passeio ainda mais romântico. Eu adorei!

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Bem ali perto, tem outras duas ilhas chamadas Murano e Burano. Com uma viagem de Vaporetto por 40 minutos, é possível chegar até elas.

Burano é uma ilha bem pequena e que não tem muito o que fazer, mas vale a pena passar por lá e ver as casinhas coloridas, muitos artigos de renda e um campanário completamente torto, de dar inveja à Torre de Pisa.  Um lugar bem bonitinho!

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Murano é a capital do murano (tipo de vidro).  Você irá encontrar muitas fabriquetas de murano onde fazem uma demonstração de como faze-los na hora.  Muito legal de conhecer.

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E Veneza é assim, um museu aberto com muita história.  Uma cidade que já existia antes mesmo do Brasil ser descoberto.

A melhor dica que posso te dar é que entre em uma daquelas ruelas e vá seguindo em frente, sem rumo. Até porque é impossível seguir algum mapa ou trajeto pré-definido, pois não há no mundo cidade mais “labiríntica” do que Veneza.  Em cada canto tem uma pequena ponte, uma igreja maravilhosa, casas incríveis e restaurantes escondidos.  Ande sem destino, você irá se surpreender.

 

Quando ir:

Na Primavera e no Outono seria a melhor época para visitar Veneza pois muitas vezes o clima é bonito e agradável.  A alta temporada vai de abril a outubro.  Julho e Agosto é bastante quente e bem cheio devido as ferias das crianças.  Evite esses dois meses caso queiram sossego e menos agito.

Quanto tempo:

Muitos me perguntam quanto tempo ficar em Veneza.  Com duas noites é possível conhecer o básico, mas eu recomendaria ficar 3 noites e se possível em algum hotel dentro de Veneza (não em Mestre).


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