Quem é o Ampelmann? De onde ele vem?

Curiosidades
29 janeiro 2017

Na capital alemã Berlim, os semáforos para pedestres chamam a atenção – principalmente dos turistas que visitam a parte leste da cidade, região que, antes da reunificação, integrava a extinta a Alemanha Oriental (DDR).

Os bonecos do semáforo para pedestres, verdes e vermelhos, são ‘homenzinhos rechonchudos de chapéu’ que conquistaram as populações locais e turistas no mundo todo.

Criado na Alemanha Oriental em 1961 pelo psicólogo para o trânsito Karl Peglau, o Ampelmann, ou Ampelmännchen como também é conhecido, foi instituído nas ruas do leste de Berlim em 1969. Segundo Peglau, falecido em 2008, pictogramas abstratos não eram a melhor maneira para chamar a atenção de crianças e idosos para o trânsito.

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Os primeiros esboços da figura do semáforo para pedestres apresentavam dedos e boca. Mas esses detalhes foram mais tarde deixados de lado. A ideia de colocar um chapéu no homenzinho foi da secretária de Peglau, segundo a viúva Hildegard Peglau.

“A dúvida do meu marido era quanto ao cabelo do boneco. Foi então que a secretária teve a ideia do chapéu. No primeiro momento meu marido hesitou, porque ninguém na Alemanha Oriental usava chapéu”. Por fim, o acessório foi integrado ao desenho. Elemento que inclusive permite que passe mais luz através do boneco.

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Risco de desaparecer

Com a reunificação da Alemanha, em 1989, o homenzinho do semáforo do leste de Berlim corria o risco de desaparecer para sempre. Autoridades tentaram unificar os sinais de trânsito em todo o país.

Mas nem todo mundo era a favor desta mudança. Para o designer Markus Heckhausen era “uma pena eliminarem um símbolo tão divertido como este, que com a reunificação da Alemanha finalmente havia se tornado visível para todos.”

Heckhausen chamou a atenção da mídia quando desenvolveu o primeiro produto com a imagem do homenzinho do semáforo da Alemanha Oriental.

Cidadãos e também políticos começaram a se engajar para salvar o símbolo. Em 1997 veio a grande surpresa: os Estados alemães do leste adotaram de novo o ‘homenzinho rechonchudo de chapéu’. E desta vez ele foi também aceito no oeste de Berlim.

Para o professor de Design Fons Hickmann, o boneco do semáforo é famoso mais pela originalidade do que pela figura em si. “O desenho não é totalmente proporcional. Mas essa imperfeição resulta em simpatia e faz com que ele não seja tão frio e rígido”, diz Hickmann.

Até hoje, quando um sinal de trânsito comum para pedestres em Berlim quebra, ele é substituído por um com o Ampelmann. A intenção agora é ter o homenzinho de chapéu em todas as ruas da capital alemã onde um semáforo for necessário.

Atualmente o designer Markus Heckhausen tem os direitos de imagem do Ampelmännchen de Berlim. Impressos em souvenires e presentes, o boneco viaja o mundo, levado por turistas que visitam Berlim.

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