Dona de uma das paisagens mais lindas e impressionantes do Brasil, a Chapada Diamantina na Bahia é literalmente uma imersão na natureza com quedas d’água imensas caindo entre cânions, grutas de água azulada e milhares de trilhas por montanhas onde a vegetação varia entre cerrado, caatinga, campos rupestres e até Mata Atlântica.
Durante esta semana vamos mostrar passeios incríveis vivenciados pela nossa colaboradora do @checkincompaulamaluf, a @paolaguisard que irá contar sua experiência por lá.
Se você curte aventuras pela natureza fique de olho!
Baseado em minha experiência pela Chapada Diamantina resolvi reunir 5 dicas essenciais para não ser pego de surpresa.
A primeira dica que posso dar é PREPARE-SE!
Se o seu objetivo for explorar as belezas naturais então prepare-se fisicamente antes. É! A Chapada não é para amadores! Aqui você vai precisar de muito pique e fôlego para andar em trilhas, cavernas, subir cachoeiras, escalar morros, etc. E se a visita for no verão já aviso que o sol é escaldante!
🔺✔️A segunda dica é CONTRATE UM GUIA.
É extremamente aconselhável que você contrate um guia. Aqui na Chapada tem diversas (diversas mesmo) opções de turismo e várias agências especializadas nestes roteiros. Você até pode achar que pode ir sozinho, mas acredite, não pode. São lugares que só quem conhece sabe. Por aqui é muito fácil se perder. Além disso ao contratar um guia você terá o seu transporte garantido (essencial por aqui), lanches ou almoços nas trilhas e a entrada nos atrativos estão incluidos no valor do serviço de guia.
🔺✔️A terceira dica é GOSTA DE AVENTURAS?
Se você não gosta de jeito nenhum de belezas naturais e prefere um ambiente mais urbano, a Chapada com certeza não será o melhor destino para você. Eu particularmente me surpreendi e recomendo de olhos fechados. Vale muito a pena!
🔺✔️Quarta dica é EQUIPE-SE!
Não deixe de se equipar com itens que farão toda a diferença durante sua estadia na Chapada. Muita água, filtro solar, repelente, bonê, óculos de sol, botas ou sapatos de trekking, mochila, câmera, dinheiro (só existe a Caixa Econômica por aqui) e por último medicamentos específicos: os guias são treinados para os primeiros cuidados mas é sempre bom se prevenir. Não acha? 🔺✔️Quinta e última dica QUANTO TEMPO FICAR?
A resposta é: quanto mais dias, melhor! Mas de 7 a 10 dias é considerado um período bom para conhecer os principais atrativos da Diamantina fazendo um passeio por dia. Como fiquei apenas 5 dias tivemos que reunir mais de um passeio em cada dia, o que pode ser muito cansativo.
A primeira sensação ao chegar em Lençois uma minúscula cidadezinha é: quero morar aqui pra sempre!!!
Localizada a 450 km de Salvador possui um pouco mais de dez mil habitantes, onde praticamente todos se conhecem. Foi fundada no século 19, após a descoberta de jazidas de diamantes na região. É extremamente bem cuidada e conservada com o charme de suas construções históricas, todas super coloridas. Tem um ar de cidade mineira, onde todos são muito receptivos.
Durante o dia a cidade praticamente inexiste…por conta dos turistas estarem em passeios. Já de noite a cidade acontece em torno da Rua das Pedras e da Rua da Baderna! Muitos turistas na rua passeando pelas lojinhas e pelos diversos restaurantes e bares espalhados pelas ruas de paralelepípedo sempre ao som de algum tipo de música. As opções de restaurante são variados e muito gostosinhos.
Em Lençóis o ideal é acordar cedinho para aproveitar o dia e conseguir conhecer o máximo de lugares possíveis. Praticamente todos os pontos turísticos bacanas são localizados em torno de 40 minutos da cidade pra mais. Nós só tínhamos 5 dias por aqui, então foi o que fizemos.
Roteiro: Serrano – Poço Paraíso – Cahoeira Primavera – Poço Halley e Mirante
Percurso total da trilha: 5 km ida e volta;
Tempo médio do passeio: entre 3h e 4 h
Nível de dificuldade: a trilha é bem fácil e há um pouco mais de exigência física.
Chegamos em Lençóis domingo a tarde. Optamos então por um passeio a poucos metros do centro, um passeio por trilhas e cachoeiras em um estilo mais livre. O acesso é gratuito.
O destino foi o Parque Municipal da Muritiba considerado um dos passeios mais fáceis de serem feitos por quem está hospedado em Lençóis sendo uma ótima opção para o primeiro dia de viagem. O parque oferece poços de água com hidromassagem natural, cachoeiras, mirante e belas formações geológicas.
As trilhas são definidas mas sem qualquer sinalização e por isso a importância de um guia que nos acompanhou.
A primeira parada é o Serrano, um conjunto de corredeiras forma vários poços entre as pedras com deliciosas hidromassagens naturais.
A experiência em nadar em cachoeiras por aqui pode ser em um primeiro momento meio assustador por conta da tonalidade da água, quase como um whisky, mas é resultado de materia orgânica como folhas e galhos.
Seguimos em trilha para as belas formações rochosas do Salão de Areias Coloridas, uma série de cavernas e rochas sedimentares caídas, com cores variadas, de onde os artesãos locais retiram areia de cores diversas para fazerem as garrafas artesanais com desenhos de areia.
A trilha continua até o Poço Halley, onde encontramos uma leve queda d’água para mais um mergulho! Seguindo mais à frente, está a Cachoeira da Primavera.
Para finalizar, seguimos até o Mirante Primavera, ponto mais alto da cidade, de ondetivemos um vista panorâmica da região. Nosso primeiro por do sol por aqui. Que visual!!!
Um passeio suave para quem esta acompanhado de crianças e para quem quer se refrescar em vários banhos de cachoeira!
Roteiro: Gruta Lapa Doce
Percurso total da trilha: 4 km ida e volta;
Tempo médio do passeio: entre 1h40
Nível de dificuldade: trilha íngreme com escadas na ida e exige um pouco do físico principalmente na volta, quando é uma grande subida.
Acordamos animados! O dia hoje promete e o nosso roteiro inclui três passeios…ou seja vai ser um dia puxado!
Nosso primeiro destino foi a Gruta da Lapa Doce, considerada a terceira maior do país. Eu particularmente estava super animada pois nunca havia explorado uma caverna antes. Nosso guia nos pegou e partimos para o município de Irariquara a 63k de Lençóis. A Gruta da Lapa Doce é parte de um complexo de 42 quilômetros de cavernas subterrâneas. A visita na gruta é sempre feita na companhia de um guia local e com equipamentos de segurança.
A primeira parte da caminhada é tranquila e curta, e o guia explica sobre a vegetação e clima da região. Muitas flores exóticas e muitos cacos por aqui.
A entrada do percurso dentro da caverna já impressiona com uma descida de 70 metros, onde um certo malabarismo é necessário para passar entre as frestas na rocha.
Dai por diante percorremos uma pequena parte desse complexo (são 850 metros abertos para visitação) dos mais de 18 km de gruta mapeados, descendo 72 metros debaixo da terra por um caminho repleto de formações rochosas curiosas e, algumas vezes, extremamente raras. O maior salão possui 60 metros de largura. Impressionante!
Durante o passeio o guia dá explicações sobre as formações milenares, esculpidas pelas mãos da natureza.
, sobre as estalactites, estalagmites, cortinas e outros dados da gruta e região. O nosso guia sabia TUDO! Era um expert em cavernas, o que deixou o passeio muito mais interessante. Fiquei de impressionada com o que ouvi e vi.
Em determinado momento, o guia pediu ao nosso grupo que todos desliguem as luzes das lanternas para que experimentássemos a mais completa escuridão. O silencio e a escuridão assustam…mas graças a Deus foi apenas por 1 minutinho!!
Aqui não é permitido gritar para não correr o risco de uma estalactite despencar do teto!
Eu não gostei eu AMEI!!!
Almoçamos no restaurante da Lapa Doceuma comidinha bem simples e caseira já incluso no pacote do passeio onde esta localizada a Gruta e partimos para o nosso próximo destino…
Roteiro: Gruta da Pratinha e Gruta Azul
Percurso total da trilha: não há. Apenas uma caminhada leve e descida em escadas para a Gruta Azul;
Tempo médio do passeio: entre 3h ou o dia todo se quiser
Nível de dificuldade: fácil
Nosso próximo destino também estava localizado no município de Irariquara. Partimos para a Fazenda Pratinha que inclui tanto a visitação a Gruta Azul quanto a Gruta da Pratinha. Aqui você pode aproveitar o dia pois a fazenda oferece boa infraestrutura, restaurante, banheiros e várias atividades para manter os visitantes ocupados.
Optamos por fazer a flutuação de 40 minutos, mais ou menos 150 metros, pelo Rio Pratinha, nadando com segurança de snorkel, pés de pato e colete por dentro da gruta. A água é gelada mas super cristalina. Munidos de lanternas nos deparamos com vários peixes enormes e formações rochosas. Um guia destinado ao nosso grupo vai passando todas as informações do local. A parte assustadora foi experimentar novamente o silêncio e a escuridão do lugar ao apagar das luzes das lanternas. Deu medo, pois dessa vez estávamos na água!
Dentre as várias atividades que o complexo apresenta decidimos pela tirolesa! E lá fui eu…nem preciso dizer que dei um travada na hora de pular!!
A Gruta Azul não foi dos lugares que mais me impressionei. Nos decepcionamos um pouco com o que vimos, pois como estamos no mês de janeiro a incidência do sol na água da gruta é pequena e portanto não conseguimos ver o tão sonhado coração formado pela luz do sol! Melhor mês para se observar estão entre abril e setembro. Uma pena.
Bora lá então para o nosso último destino do dia!
Dica importante: por conta da estrutura e do fácil acesso, a Pratinha é uma das atrações que costumam ficar bem cheias. Procure evitar finais de semana ou feriados, se conseguir ajustar seu roteiro!
2.º dia – parte 3 – Tarde
Roteiro: Morro do Pai Ignácio
Percurso total da trilha: 40 min ida e volta;
Tempo médio do passeio: 2h
Nível de dificuldade: subida íngreme de 300 metros em degraus de pedras pelo morro. Puxado e exige muito fôlego.
E mais uma vez pé na estrada. O destino agora é apreciar um dos lugares mais famosos e lindos para se assistir ao pôr do sol.
Chegamos ao Morro do Pai Inácio. A 1.120 metros de altitude e com 360 graus de paisagem de tirar o fôlego, o Morro do Pai Inácio é a mais bela vista panorâmica da Chapada Diamantina. Subimos 300 metros em 20 minutos (ah minha academia co mo te agradeço)e chegamos lá por volta das 17 horas para aguardamos o por do sol. Que vista, que vibe, que natureza M A R A V I L H O S A!
Aqui do alto você vê as principais formações do parque, como o Morro do Camelo, o Morrão e o Três Irmãos.
Além da vista linda, o Morro Pai Inácio possui diversas lendas e mistérios que fazem parte do folclore da região. Uma das lendas relatada pelo nossa guia, conta que um escravo namorava as escondidas a filha de um fazendeiro. Esse namoro resultou em uma gravidez e, por causa disso, o escravo teve que fugir e nunca mais voltar. Ele teria subido o Morro Pai Inácio, com capangas do fazendeiro atrás dele, e pulado de lá com um guarda-chuva aberto. Verdade ou não nada como um bom romance para aquecer um entardecer tão lindo como o de hoje. Que espetáculo de céu!!!
Dica importante: o morro esta aberto das 9h às 18h, e o melhor horário para o passeio é no final do dia.. se der sorte como nos verá um pôr do sol incrível.
Roteiro: Mini Pantanal Marimbus e Piscinas Naturais do Rio Roncador
Percurso total da trilha: 1h30 de canoa (cada trecho) e 1h20 caminhada em trilhas entre ida e volta;
Tempo médio do passeio: um dia inteiro
Nível de dificuldade: caminhada leve na areia e na estrada de terra. Subida em pedras pelo morro.
A cerca de 40 minutos de Lençóis fica a comunidade quilombola do Remanso, reconhecida hoje como Patrimônio Cultural pelo Ministério da Cultura. É de lá que partem os passeios de canoa a remo pelo Marimbus, mais conhecido como o Mini Pantanal Nordestino. Para o nosso terceiro dia escolhemos este passeio que inclui ainda o rio e a cachoeira do Roncador. Um roteiro que leva um dia inteiro. Estávamos super ansiosos pois os relatos diziam que iríamos amar! Marimbus é uma área alagada, repleta de plantas aquáticas, muitos pássaros e outros animais, como onças, veados e jacarés. As águas do rio Marimbus refletem a natureza ao redor como um espelho perfeito. As águas do Marimbus são muito tranquilas mas de tonalidade escura e intensa refletindoa natureza ao redor como um espelho perfeito.
O passeio é feito de barco a remo (proibido barco a motor) por 9 km, o que leva em torno de 1h30, cada trecho. Fiquei maravilhada com a paisagem!! Quando chegamos a um banco de areia, caminhamos por 3 km cerca de 20 minutos rumo a um antigo casarão. A trilha é tranquila tirando os mosquitos que tentam nos devorar vivos (não esqueça de jeito nenhum o repelente!!).
De lá partimos por trilha para as piscinas naturais do Rio Roncador. Não sei descrever o que encontramos. Que coisa mais MARAVILHOSA! O cenário é de se cair o queixo!! A tonalidade rosada das pedras é lindíssima. Nessas pedras a água fez um trabalho magistral formando dezenas de piscinas e cachoeiras. Passamos a tarde toda nas piscinas tomando sol e nos refrescando! A temperatura da água estava divina!!!
Na volta almoçamos no casarão uma comida bem caseira feita no fogão a lenha. Muito simples mas muito saborosa preparada pela carinhosa D. Val, uma simples cozinheira de mão cheia. Tinha um pouco de tudo arroz, feijão, farofa de banana, carne de panela, macarrão, mandioca… O almoço estava incluído em nosso passeio.
Para quem curte uma cachacinha, aqui no O Casarão existem algumas opções bem diferentes: preparadas com ervas, plantas e outras coisas mais exóticas.
Partimos então então para a volta pelas trilhas ao encontro do Sr. Adilsom nosso canoeiro. Afinal nada por aqui é fácil…começar tudo de novo…. quase fim de tarde e o sol continua de rachar. Por isso a importância do protetor solar e do chapéu.
O cansaço bateu…mas a volta foi tão linda ao som dos pássaros e do barulho do remo que nem vimos o tempo passar.
Foi de longe o passeio que mais AMEI até agora!
Roteiro: Gruta da Torrinha
Percurso total da trilha: 1h40;
Tempo médio do passeio: 4 horas
Nível de dificuldade: caminhada leve no início e intensa com subidas, passagens estreitas e em certos momento é preciso rastejar.
Depois de um dia tão intenso como o de ontem no qual superou todas as nossas expectativas estava ansiosa para o nosso primeiro passeio do dia!
E mais uma vez iríamos nos aventurar por outra caverna. Mas desta vez a aventura seria literalmente uma exploração raiz!!!
Partimos para o município de Iraquara a 65km de Lençóis. O destino? A Gruta da Torrinha, que na verdade é uma enorme caverna que não foi totalmente explorada. Até o momento, já mapearam 22 km e ainda não chegaram ao fim. É conhecida também como a mais completa do Brasil.
Foi descoberta em 1850, mas apenas em 1992, uma espeleóloga francesa descobriu um acesso a uma galeria desconhecida quando parou para descansar e observou uma corrente de ar entre blocos desmoronados. A passagem estreita ficou conhecida como “passagem da francesa”.
Fomos os primeiros visitantes a chegar no local e com isso a caverna era inteiramente SÓ NOSSA com exceção dos morcegos!!
Existem 3 tipos de roteiro definidos para turistas sempre em companhia de um guia local. Optamos pelo percusso de 1h40. acompanhado por um guia da atração e capacetes e lanternas são fornecidos aos visitantes durante o passeio.
O curioso é que o passeio inicialmente não chama a atenção, mas o melhor da caverna ainda estava por vir. Esse foi o momento onde aprendi que não se deve subestimar a Chapada Diamantina.
Em alguns locais, o teto fica baixo e temos que passar curvados ou rastejar. Alguns trechos demandam apoio com as mãos, além de atenção com fendas, piso escorregadio e pedras soltas. O risco de escorregar pé alto!
A caverna é formada por 4 salões principais mas só 3 estão abertos a visitação.
Outro cenário que atrai visitantes para cá é a formação geológica que se parece com o Pai Inácio e o Morrão, os dois famosos cartões postais da Chapada Diamantina. Durante o percurso, é possível ver bolhas de calcita, agulhas de gipsita. O grande símbolo da gruta da Torrinha é uma flor de aragonita com um formato curioso, considerado a joia da caverna.
Mas me impressionou muito como a caverna ainda está em formação, ainda há goteiras formando estalactites e estalagmite.
Para quem tem fobia a locais fechados ou problemas no joelho, não recomendo muito visitar todos os salões, aliás logo na entrada já temos que passar por um estreito bemmmm estreito!
O ápice do nosso percursso foi quando desligamos as lanternas…o único som era o da nossa respiração. Preciso falar?
Eu nunca vou conseguir descrever em palavras o que foi essa experiência, tudo dentro da caverna é espetacular: as formações rochosas, a vida no escuro, os desenhos das rochas feito pela água, as agulhas, o frio, o calor, o silencio, o rastejar no solo, …o medo! Me senti transportada para uma verdadeira expedição de cavernas!! Surreal!
Almoçamos por lá mesmo! Comidinha caseira mas muito saborosa.
Dica importante: São três roteiros diferentes para visitação. O roteiro 1 é o mais curto, com 700m. O passeio tradicional passa pelos roteiros 2 e 3, que são mais longos e mais completos. Esse percurso explora 2,5km da caverna. Aqui não vale a pena economizar, pois os principais atrativos da caverna estão nesses roteiros.
O passeio pela Gruta da Torrinha não é recomendado para pessoas com dificuldade de locomoção e o acesso é permitido apenas a maiores de oito anos de idade.
Roteiro: Cachoeira dos Mosquitos
Percurso total da trilha: 1,2 km a partir do estacionamento
Tempo médio do passeio: 2 horas
Nível de dificuldade: leve a moderada. A volta exige um certo preparo físico por ser somente subida. Cansa um pouco.
A Chapada Diamantina é uma região que abriga a nascente de quase todos os rios que constituem as bacias do Paraguaçu e muito famosa por suas cachoeiras. Então apesar do cansaço após o passeio na caverna partimos para conhecer a Cachoeira do Mosquito, localizada a mais ou menos 40 km de Lençóis dentro da Fazenda Santo Antonio, sendo 20 km de asfalto e 20 km de estrada de terra.
Mas mosquito?? Tem muito por lá?? A resposta é Não!!! Na verdade o nome deveria ser Cachoeira dos Diamantes! Aqui era um local de garimpo onde foram encontradas pequeninas pedras preciosas… que de tão minúsculos foram denominados mosquitinhos. Apesar do tamanho eram muito valiosos.
Ao chegar encaramos uma trilha (descida) de 30 minutos com muitos degrau. Na parte final, é preciso andar sobre pedras na água. Basta ter um pouco de cuidado que não enfrentará qualquer problema.
O dia estava espetacular mas confesso que o calor não ajudou muito.
Mas tudo isso foi recompensado quando chegamos lá embaixo! Simplismente linda!! Um cenário deslumbrante! Rochas do período pré-cambriano, paredões, e água pura…
A queda d’água de 70 metros impressiona! Lógico que fui me aventurar e me refrescar nela. Quase não pude abrir os olhos com medo de perder minhas lentes de contato!! Hahaha!! Perfeita para banho, para relaxar e lavar a alma nas águas refrescantes que caem de uns belos 50 metros de altura.
Eu até me aventurei em procurar pelos mosquitinhos na água…quem sabe era meu dia de sorte…mas não foi desta vez!
Mas como tudo que é bom dura pouco, então partiu voltar. É… agora vamos encarar 372 degraus e mais um pouco de trilha!!! Isso mesmo! Eu contei quantos foram! Só para os fortes!
Dica importante: Aberta diariamente das 7h30 às 15h30. É possível almoçar no restaurante da própria fazenda que oferece uma excelente comida feita em fogão a lenha!
Roteiro: Ribeirão do Meio
Percurso total da trilha: 18 km entre ida e volta;
Tempo médio do passeio: 4h
Nível de dificuldade: moderado. Trilha na terra com muitas partes em areia fofa. Precisa de condicionamento e muita disposição.
E hoje é o nosso último dia na Chapada!!! Como tínhamos apenas meio dia disponível para um passeio optamos por algo pertinho da cidade de Lençóis.
Escolhemos uma das coisas que mais amo na vida!! Andar de bike! Sim fomos fazer um trilha de mountain bike! Por ser uma região de uma imensa variedade de paisagens faz com que seja super instigante para “bikers” como eu!
Escolhemos fazer uma trilha de 18km para o Ribeirão do Meio. Localizadas a menos de 10 km do centro de Lençóis, as piscinas do Ribeirão do Meio são acessadas por uma trilha fácil – você deve levar uns 40 minutos para chegar lá.
Um dos grandes destaques do lugar é um escorregador natural mais conhecido por “skybunda” que leva direto para uma das maiores piscinas do local.
Com trilhas “single track” repletas de subidas e descidas, areia fofa, cascalhos e riachos, precisa muito treino e disposição por parte do esportista. A trilha é considerada leve para os bikers mais experientes mas também é indicada para quem está começando no mountain bike. Não é preciso ser atleta para realizar o passeio, o essencial é ter condicionamento físico e dominar as marchas da bicicleta. Bom as vezes não é bem assim né?! (confira nos stories)!!
Mas o essencial é ter a presença de um guia. O nosso era expert em mountain bike.
No final o que vale são as gargalhadas! Não tinha jeito melhor do que esse para nos despedirmos deste lugar tão incrível e contagiante como a Chapada Diamantina! Valeu!!!
Dica importante: uso imprescindível de capacete e luvas além de um tênis apropriado. Leve uma garrafa de água, passe protetor solar e repelente.
A cidade de Lençóis é a porta de entrada para se conhecer Chapada Diamantina. Optar por escolher um ótimo hotel pode fazer a diferença na sua viagem. A cidade tem uma estrutura muito boa para receber os turistas. Desde hotéis grandes e uma boa infraestrutura, pousadas acolhedoras e muitos hostels descolados.
Após uma busca na internet sobre as opções decidimos nos hospedar no O Hotel de Lençóis.
O hotel entrega o que promete! A decoração super detalhada já nos conquistou logo na chegada. O proprietário é um grande colecionador de itens antigos e de muitas imagens de católicas…uma mais linda que a outra. Eu logo me interessei por várias, mas soube que ele não vende de jeito nenhum!!
Os quartos foram todos reformados e são uma graça. Super amplos e confortáveis. Até varanda com rede nós tínhamos. Para nós que estavamos em 2 adultos e uma criança foi excelente!
A infraestrutura aqui é completa – sauna, piscina, mini academia (tá uma esteira e uma bike) mas já está ótimo, área de massagem e várias salas convidatívas para um descanso. Tudo isso rodeado da natureza.
A comida é uma delícia por aqui. Começa pelo café da manha super caseiro mas super delicioso. O Hotel ainda dispõe de um restaurante super completo, perfeito para quando você chega cansado na cidade, como foi o nosso caso. O cansaço era tamanho que optamos por jantar no Restaurante das Rodas. A comida esta gostosa.
Infelizmente não conseguimos aproveitar o hotel por completo. Nem na piscina nós fomos. Foram tantos passeios na Chapada que não sobrou tempo pra nada.
Mas indico muito. Um hotel rústico chic. Pessoal super cordial e além de tudo super bem localizado, somente a 500 metros do centrinho.
Durante o dia, como já comentei a maioria dos turistas estão nos passeios, o mais comum é almoçar ou lanchar durante as trilhas o que muitas vezes são fornecidos pelas agências.
Se você mesmo prefere preparar o seu lanche não se preocupe, em Lençóis há mercados onde é possível encontrar os produtos necessários para fazê-los.
Já para o jantar a cidade oferece o circuito gastronômico super completo. As ruas da cidade são repletas de deliciosos restaurantes com uma variedade incrível de opções concentrados principalmente na Rua das Pedras e a Rua da Baderna. Na maioria deles você vai encontrar um bom jazz, blues ou uma boa música popular brasileira.
Restaurante Roda D’Água – $$ – $$$ – brasileira, contemporânea
Restaurante localizado dentro do nosso hotel. Jantamos uma noite por lá mesmo depois de um dia exaustivo de passeio.
O cardápio é bem variado e tem um pouco de tudo. Pratos de comida brasileira como a carne do sol com purê de abóbora e feijão tropeiro são o grande destaque da casa, que também faz todas as vontades da criançada, como aquele macarrão simples na manteiga com um frango grelhado. E o ambiente é bem acolhedor, principalmente se pegar uma mesa na varanda.
El Jamiro – $$ – $$$ – grelhados, saudável, opções veganas
El Jamiro é uma das ótimas opções para curtir a noite tão cativante de lençóis . É um lugar pra se tornar um drink , comer com um cardápio recheado de ótimos pratos e petiscos deliciosos . Sentamos em uma das mesinhas na rua e pedimos uma boa garrafa de vinho e petiscamos um filé a mostarda com pãezinhos . Muito bom!
Cozinha Aberta – $$ – $$$ – comida brasileira, internacional, contemporânea
Você já ouviu falar no movimento chamado “slow food”? Eu até então desconhecia esse termo! O movimento tem como princípio básico “o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção, os produtores”, dizem os apoiadores dessa tendência no Brasil em seu site oficial.
O cardápio é super apetitoso. De entrada pedimos pão de aipim com tomate fresco, azeite e pesto. Já os pratos principais fora moqueca thai (de babar) , gnocchi de aipím ao molho de gorgonzola e o melhor macarrão na manteiga com franguinho desfiado! Para a sobremesa optamos por uma compota de goiaba ao vinho tinto e especiarias, e creme de manga com água de flor de laranjeira.
De verdade foi um dos lugares que mais me surpreendeu na vida!!! Sem exagero. Gostamos tanto que jantamos por lá duas noites. Agora vá preparado pois a comida demora muito para ser servida. Mas vale cada minuto de espera!!
Endereço: Avenida Rui Barbosa 42, Lençóis
Telefone: (75) 3334-1321
Contratamos a agencia Nas Alturas, especializada em turismo de aventura. Todos os passeios foram feitos por ela. Vale ressaltar que fomos muito bem atendidos pelo Itamar proprietário da agência e que não tivemos nenhum problema durante os passeios. Tanto os Guia Genivaldo quanto o Marcio foram muito atenciosos, educados, prestativos e muito bem informados sobre toda a região. O carro que nos transportou por toda a chapada era novíssimo e com ar condicionado, o que no verão é indispensável. O nosso transporte de ida e volta ao aeroporto também foi feito por eles.
Fotos Arquivo Paola Guisard